Entenda os fatores que influenciam no custo do frete nas operações do transporte de cargas

No Brasil, boa parte das demandas do transporte de cargas são atendidas por meio do modal rodoviário, que movimenta cerca de dois terços de toda carga do país. Certamente, isso já significa que os custos do frete são despesas relevantes nas operações logísticas, ainda mais que, geralmente, não há valor predeterminado.

Devido a isso, mensurar o preço do frete de forma adequada, é fundamental para que as empresas tomem as decisões corretamente, visto que, ao calcular de forma inadequada, corre sério risco de prejuízos financeiros, como perda de vendas por desistência do cliente por conta do custo do frete está muito elevado. 

Logo, é importante ressaltar que existem múltiplos fatores que compõem essa base de cálculo. Isso porque, para definir o custo do frete, por exemplo, é preciso incluir alguns aspectos que influenciam no preço final da operação. Quer entender melhor sobre isso? Confira, a seguir, quais são os fatores que influenciam no custo do frete do transporte de cargas.

Distância percorrida

A distância percorrida entre o local de origem para o local de destino, é crucial para definir os valores cobrados por uma transportadora. Pois, quanto maior a quilometragem, maior serão as despesas com gastos como combustível, manutenção e conservação do veículo, ou seja, tudo isso impacta para gerar um preço de frete mais alto. 

Além disso, esse é o componente de primeira referência na execução do serviço do frete e que determina a maioria dos custos com este serviço. 

Cubagem e peso

Quando falamos em cubagem, nada mais é do que o tamanho do que será transportado, isso significa o espaço que a mercadoria ocupará no veículo. Assim, quando se trata de uma mercadoria mais volumosa, por exemplo, terá mais custos do que uma de menor volume. Por isso, algumas transportadoras cobram o frete por quilo movimentado.

Contudo, há também a possibilidade de que o valor seja cobrado por meio de uma comparação entre peso bruto e o cubado, que é a multiplicação das dimensões da embalagem por um fator determinado, e é utilizado o maior deles para fazer o cálculo.

Com isso, entende-se que seja feita uma cobrança mais justa, dado que, mesmo que a mercadoria seja leve, mas se for volumosa, ocupará mais espaço no veículo e impedirá que mais produtos sejam inseridos na carga.

Valor da nota fiscal das mercadorias

O valor da nota fiscal é outro fator considerável na definição do preço final do frete. Além do que, saber quanto custa cada mercadoria é um modo de administrar os riscos do transporte, ainda mais que é necessário realizar um seguro de cargas.

Todavia, o preço final baseia-se apenas numa taxa percentual da nota fiscal, sendo que, algumas taxas também são calculadas a partir do preço do produto, como taxas de gerenciamento de risco e do próprio seguro. 

Características das mercadorias

Quando as mercadorias transportadas possuem características específicas, ou ainda, carecem de manuseios e cuidados especiais, o valor cobrado aumenta. Exemplo disso, os produtos perecíveis que requerem transporte rápido, envolvidas por embalagem térmica e veículo próprio, além das cargas frágeis que necessitam de embalagens reforçadas para o transporte. 

Em função disso, todas as mercadorias que precisam de algum tratamento diferenciado, terá valor mais alto em sua cobrança do frete. 

Prazos de entregas diferenciados

Os prazos de entrega são definidos pela empresa e depende do fluxo de produção, já estando incluso no preço do frete. Porém, quando são disponibilizadas entregas diferenciadas e o cliente necessita deste tipo de envio, também interfere no valor do frete, tornando-o mais caro. Principalmente, quando for necessário a troca de modal nas operações, como o rodoviário pelo aéreo, por exemplo, o qual reduz o tempo de entrega consideravelmente.

Pedágios e taxas específicas

Assim como em todo serviço realizado em nosso país, são empregados custos para cumprir com as obrigações legais por meio de pedágios, impostos e outras taxas específicas que pesam nos preços do frete. Sendo assim, entre as principais cobranças obrigatórias podemos destacar:

• Taxa de gerenciamento de risco (GRIS): percentual cobrado sobre o preço da nota fiscal, tendo como objetivo cobrir os custos relacionados à gestão de riscos;
• Pedágios: seu preço muda de acordo com o trajeto que será percorrido para cada remessa. Além do mais, quando a carga é fragmentada, é possível dividir esse custo entre os produtos que são encaminhados;
• Taxa de coleta e entrega: cobrança de despesas com deslocamento e demais atividades que ocorrem nos centros de distribuição;
• Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS): cobrado para todas as operações relativas ao transporte intermunicipal e interestadual.
• Imposto sobre serviços (ISS): imposto municipal cobrado pela prestação de serviços, realizados por companhias ou profissionais autônomos;
• Taxa de restrição ao trânsito (TRT): para locais que têm algum tipo de restrição referente à circulação de veículos pesados ou atividades de carregamento ou descarga de produtos, sendo cobrado uma quantia adicional pelo transporte;
• Estadia – compensação do valor do tempo de espera para carga e descarga, já previsto pela Lei da estadia, conforme a publicação nº 13.103/2015, que regulamenta não só a atividade de transporte, mas também a jornada de trabalho do motorista, e estabelece que após a quinta hora de atraso deve ser cobrado R$ 2,12 por tonelada/hora.

Portanto, percebe-se o quanto é essencial avaliar os fatores que colaboram para definição do valor do frete, especialmente porque se refere a um dos maiores gastos do processo logístico. Por essa razão, o ideal é acompanhar esses custos e evitar que atrapalhem a lucratividade dos negócios.